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Espero conseguir dividir com vcs tudo de melhor que existir na minha vida, aqui nesse blog. Bjks...
Se o Amor Pudesse Gritar
Letícia Thompson
Não sei dizer se é a falta do tempo, ou não querer perdê-lo,
que nos leva a buscar coisas prontas
ou pelo menos que nos dêem o menos trabalho possível.
É como se quiséssemos cortar caminho para chegar
ao mesmo ponto que o coração visa.
No nosso relacionamento com outras pessoas temos também
uma certa tendência a, ao invés de construir relações,
querer encontrar coisas feitas, situações prontas
e que nos dêem segurança.
Construir significa ter trabalho, empenhar-se, dar de si e,
por que não, ceder e perder-se um pouco
na busca de um encontro profundo.
Nos lamentamos pelo que não foi construído para nós
e nos esquecemos do nosso poder de reparar,
recuperar e reconstruir.
Se temos um sonho, por que esperar que outros
ponham as escadas no caminho para que subamos às nuvens?
Colocando, nós, cada degrau,
saberemos onde estaremos pisando.
Aquilo que exige de nós tempo e esforço
merecerá uma alegria muito maior no dia da conquista.
Uma das histórias reais e mais bonitas que conheço
é essa dessa filha que foi abandonada pela mãe quando criança.
Ela cresceu com o sonho de ter uma mãe
e já na idade adulta procurou pela mesma,
colocando de lado todos os porquês de tanto abandono,
de tantos anos de dor e solidão.
Ela "decidiu" ter a mãe e tem.
Cuida dela como se fosse a flor mais linda
e preciosa do mundo,
por que ela conhece o que é desejar e não ter
e escolheu não viver a vida lamentando-se pelo tempo perdido.
Constrói álbuns à partir do tempo que recuperou,
vai acumulando lembranças para o dia do amanhã
e saudade sincera para o possível dia da partida.
Penso que abençoada é essa mãe e preciosa é essa filha.
Precioso é esse ser humano.
Nossas razões nos colocam limitações.
Os erros alheios nos parecem imperdoáveis
e punidos somos nós pela rejeição
da construção de uma vida diferente e nova,
os quais seríamos o arquiteto,
pedreiro e feliz proprietário.
Quando deixamos de falar com uma pessoa
porque nosso coração ficou ferido,
vamos colocando a felicidade num passo a frente
e aquele momento de zanga fica perdido.
Se tínhamos dez oportunidades de sermos felizes,
teremos apenas nove porque nosso coração
foi orgulhoso demais e isso falou mais alto.
Toda felicidade não é utopia.
Utopia é pensar que permanecendo na nossa dureza
e guardando nossas razões
estaremos ganhando alguma coisa.
Sonhos não são quimeras,
são desejos que nosso coração pode realizar.
Se o amor pudesse sempre gritar,
se ele pudesse segurar nosso rosto para a direção do sol
e das flores, seríamos mais felizes,
menos sérios, menos graves, mais leves,
mais próximos do céu.
Pessoas perfeitas não existem.
Pessoas que querem dar o melhor de si já são,
para Deus, um pedaço do sonho da perfeição.
Podemos todos ser o sonho de Deus.
A Paz Interior
Letícia Thompson
A paz interior é esse caminho que queremos todos atravessar.
É essa senda onde as culpas ficaram para trás,
o sentimento de dever cumprido fica presente
e o arco-íris aponta para o infinito.
Buscamos todos, com vontade, força, verdadeira luta.
Somos, talvez, um pouco desajeitados nessa nossa busca.
Queremos sim,
com a força do nosso coração e da nossa alma,
mas tropeçamos sempre
nesses sentimentos humanos que nos fazem,
se não iguais a todo mundo, bem parecidos.
Acumulamos os restos do dia,
nos esquecemos de varrer a casa da alma a cada noite
para o repouso tranqüilo e reparador
para o novo recomeço na manhã seguinte.
Temos dificuldade em perdoar,
esquecer, passar por cima e ir em frente.
E a alma se inquieta,
a paz tarda a chegar porque colocamos,
nós mesmos, impedimentos.
Achamos que dar o braço a torcer e seguir em frente
seria nos curvar e
somos por demais orgulhosos para isso.
Optamos, então, por buscar a paz de outras maneiras.
Outras maneiras...
como se existissem...
Não haverá paz no mundo
enquanto ela não começar no coração do homem.
Enquanto esse mesmo homem não começar a tirar de si
as pedrinhas que incomodam a si e aos outros
e não pensar na felicidade alheia como um objetivo
tão importante como a felicidade própria.
Não haverá paz interior
enquanto o exterior estiver em guerra,
enquanto não compreendermos que somos o sal da terra
e que se nossa luz não brilhar
todos os caminhos serão escuros.
A paz interior não está no alto ou em baixo,
nos mares ou nas montanhas
e nem mesmo nas maravilhosas flores
que tanto nos fascinam.
A paz interior começa onde
começa nossa compreensão de que nada somos
se de nós não damos.
Se não a encontramos, é porque buscamos errado.
Ela não começa do lado de fora,
ela começa e se termina em nós.